outras serestas urbanas
queria visitar uma noite de bloqueio criativo
pensei primeiro em Cecília Meireles...
aquele olhar ameno, a caneta tinteiro
ensimesmada
entre os dedos delicados dela
as bolhas ao lado
flutuando namoradeiras
o guarda-chuva da viúva
pingando atrás da porta
uma confusão de reminiscências
perfume de rosa
um copo com chá
uma noite nem quente
nem fria
nem sei
uma fiandeira
a cantar num descampado longínquo
amoras maduras
num pratinho todo branco
emoções sãs me impedem o choro
e então o bloqueio criativo é só uma coceira vã
pensei primeiro em Cecília Meireles...
aquele olhar ameno, a caneta tinteiro
ensimesmada
entre os dedos delicados dela
as bolhas ao lado
flutuando namoradeiras
o guarda-chuva da viúva
pingando atrás da porta
uma confusão de reminiscências
perfume de rosa
um copo com chá
uma noite nem quente
nem fria
nem sei
uma fiandeira
a cantar num descampado longínquo
amoras maduras
num pratinho todo branco
emoções sãs me impedem o choro
e então o bloqueio criativo é só uma coceira vã
o mar está do outro lado da vida
ficar em pé é assunto pra esse tempo também
eu faço música com gente viva
e só me importa essa gente acordar
Cecília, poeta da doçura
vem olhar por mim nesta noite
que meus dedos dormentes
sem bolhas
sem chuva
sem mar
não tem o que contar
serestas urbanas
ficar em pé é assunto pra esse tempo também
eu faço música com gente viva
e só me importa essa gente acordar
Cecília, poeta da doçura
vem olhar por mim nesta noite
que meus dedos dormentes
sem bolhas
sem chuva
sem mar
não tem o que contar
serestas urbanas

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